ABSTRACT
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença de origem infecciosa, viral, que atinge o sistema imunológico do portador. É transmíssivel através de sangue, secreçöes humanas contaminadas e do contato profissional com sangue contaminado. A Odontologia e outras profissöes da área da saúde, quando se depararam com os primeiros casos de AIDS e outras doenças infecciosas, tiveram que reavaliar os métodos de controle de infecçäo e disponibilizá-los a todos os pacientes. Além das mudanças técnicas na questäo da biossegurança, o odontólogo se depara com o aspecto ético e legal quando a vítima do vírus HIV é o próprio cirurgiäo-dentista e näo o seu paciente. Junto com o impasse ético de revelar ou näo a seu paciente seu estado de saúde, o profissional cria uma espectativa de retorno ou perda da clientela devido a sua condiçäo de soropositividade. Baseado na possibilidade de o cirurgiäo-dentista ser portador do vírus HIV, foi desenvolvida uma pesquisa questionando 89 profissionais, na situaçäo de infectados, se contariam ou näo a seus pacientes sua condiçäo e sobre sua espectativa de retorno dos pacientes após a revelaçäo. Entrevistaram-se também 100 pessoas, na condiçäo de pacientes, questionando se fariam ou näo o tratamento com o cirurgiäo-dentista soropositivo para o HIV. Foi observado que a reaçäo do paciente é contraditória à espectativa do cirurgiäo-dentista quanto ao retorno de sua clientela ao consultório. A maioria dos profissionais entrevistados näo contaria aos seus pacientes a sua condiçäo de soropositividade para o HIV, sendo tal atitude amparada por lei